A morta que se levanta

Ela se revira no tumulo

Seu caixão é pequeno para sua presença

Sufocada ela esta,

Sua caixa de silencio...

Em uma noite,

Ela pode ver a luz da lua através da cova,

Então percebeu que devia se levantar

Noite chuvosa coveiro se assustando...

Ai está ela,

De pé mais uma vez

Ignorando o que a bíblia diz sobre os mortos...

Seu velho manto é retirado da lama

Sua mascara é erguida mais uma vez,

Por um momento a chuva acaricia seu lindo rosto...

Perdida na noite ela esta

Outrora uma dama poderosa,

Agora uma mendiga...

Do meio da lama ela se levanta,

Com postura de rainha

Eis minha dama...

Olhe seu corpo cadavérico caminhar,

Observe o escuro abraça-la...

A carne que volta para os ossos,

Olhe e tema, a dama está voltando,

O cemitério é seu quintal...

Ela olha para o novo mundo admirada,

Tudo esta mudado,

Não há mais vilas

Agora grandes cidades...

E como antes ela caminha no escuro

Com postura de uma rainha...

Ela se parece com aquela que enterrei,

Minha antiga amiga,

Mas com um olhar frio...

Eu andei por lá,

Caminhei no cemitério como um perdido,

Vi quando ela levantou de sua cova esquecida...

Eu e ela estávamos perdidos

Em tempos diferentes,

Ela veio de muito antes do tempo...

E eu estou aqui sem saber o que fazer da vida,

Tomando chuva em um cemitério velho,

Vendo uma figura épica se levantar...

Os olhos dela são de uma escuridão que fascina,

Seu rosto angelical,

Mas ela esta fraca

Parece que ela foi ferida em uma antiga batalha...

Ela esta ali e eu aqui,

Seus olhos vazios se encontraram com os meus,

E vi que isso deveria acontecer...

Vi nela uma janela,

E ela viu uma ferramenta,

Nossa união do escuro começava...

Uma garota como ela, tão poderosa.

E um garoto como eu, cheio de ódio,

Um garoto que apenas quer o caos e a destruição...

Fadado a viver nesse mundo de merda,

Com malditos humanos...

Ela ergueu seu manto e engoliu a luz,

Através do manto outro mundo

Com homens de três metros de altura,

E cachorros do tamanho de cavalos...

E todos ali, dispostos a começar uma guerra,

O escuro contra a luz,

A maldita luz que cega os humanos,

E deixa-os tolos para o mundo a sua volta...

Quando cheguei perto dela

Ela estava quase toda reconstruída,

Ela me beijou...

Um beijo frio, mas cheio de respostas.

A dama, doce dama.

Diz que o sol ira se apagar...

Eu serei sua ferramenta,

Pela dama que admiro...

Pela dama que amo...

Ela diz que há muitos anos atrás,

Quando a terra era diferente

Houve um guerreio que há amou,

Acabou em uma guerra sem fim...

Mas isso é passado

Eu sou eu,

Sádico e cruel...

A dama do escuro me acompanha,

E seu manto me cobre,

O mundo ira ouvir falar de mim...

Cristiano Siqueira 22/04/18

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 22/04/2018
Código do texto: T6316312
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