Descompasso

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Há um descompasso

nas minhas horas paradas.

O imobilismo das paredes

só almeja ser exasperante;

e até consegue.

Um desespero de causa

agita-se, caiado,

acima da tijoleira

e ainda do assumir

que tudo se passa para lá

do plano de verticalidade

e aquém dos contornos

de um reboco incauto.

O que é tão certo

como parecer represália

é que a minha mão meneia

a minha escrita prossegue

não menos obstinada

que o seu mandante.

De resto,

não se tenha por óbvio

que o dito, seja eu,

assim, tão de ânimo leve.

Lá isso, não! Não tem de ser

tudo como se achar,

nem pouco mais ou menos

pois que eu só me subscrevo

se concordar.

Ora com certeza

e com aquele minimozinho

de arrogância que até

se pode e deve ter

quando se está a lidar

com nós mesmos

e sem se perder de vista

o pragmatismo reflexo.

Absolutamente!

Pois que o pragmatismo

é coisa muito bó-ni-ta !

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___________________LuMe

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Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 02/05/2018
Código do texto: T6325408
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