o meão
Entre o céu e o inferno
O que ali, se esconde?
O revés do meio termo
És uma penumbra cinzenta
Que não obtém a vitória
E nem tão pouco a derrota.
Mas que, conhece a luz
E a escuridão à sua volta.
De um lado; uma centilação ofuscante
Encobre a ponte
Em que me encontro.
De outro lado; as trevas cintilantes
Se intitulam fonte
Pra me retirar desse ponto.
Abaixo de meus pés;
Madeirites apodrecidos
Entrelaçados por cordas
Que pouco-a-pouco definham...
Nada além disso.
És tênue;
És fúnebre;
És isso que compõe a ponte.
E diante dos meus olhos,
Ligeiramente fascinados,
Uma vasta gama de horizontes.
Dois pontos separados,
onde os extremos,
nenhum me seduz.
Ao desinteresse se reduz.
Porém, o que mais me chama atenção
É o rio das almas indecisas.
Que escorre abaixo de mim;
Ansiosas pela salvação
de que cada uma necessitas
Mas que, desagua num mar de lamentação.
Amparado sobre uma corda bamba,
enquanto a ponte se desintegra.
Aguardo pelo meu destino.
Não cedo a força que me carrega,
Mas sim ao meu desatino.
Pois pra mim, esse é o momento
Antes do desfecho final:
O desalento.
Assisto à algo surreal.
O pôr do sol e o nascer ao mesmo tempo.