o meão

Entre o céu e o inferno

O que ali, se esconde?

O revés do meio termo

És uma penumbra cinzenta

Que não obtém a vitória

E nem tão pouco a derrota.

Mas que, conhece a luz

E a escuridão à sua volta.

De um lado; uma centilação ofuscante

Encobre a ponte

Em que me encontro.

De outro lado; as trevas cintilantes

Se intitulam fonte

Pra me retirar desse ponto.

Abaixo de meus pés;

Madeirites apodrecidos

Entrelaçados por cordas

Que pouco-a-pouco definham...

Nada além disso.

És tênue;

És fúnebre;

És isso que compõe a ponte.

E diante dos meus olhos,

Ligeiramente fascinados,

Uma vasta gama de horizontes.

Dois pontos separados,

onde os extremos,

nenhum me seduz.

Ao desinteresse se reduz.

Porém, o que mais me chama atenção

É o rio das almas indecisas.

Que escorre abaixo de mim;

Ansiosas pela salvação

de que cada uma necessitas

Mas que, desagua num mar de lamentação.

Amparado sobre uma corda bamba,

enquanto a ponte se desintegra.

Aguardo pelo meu destino.

Não cedo a força que me carrega,

Mas sim ao meu desatino.

Pois pra mim, esse é o momento

Antes do desfecho final:

O desalento.

Assisto à algo surreal.

O pôr do sol e o nascer ao mesmo tempo.

David Wanes
Enviado por David Wanes em 23/07/2018
Código do texto: T6397940
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.