O CHORO DA CARPIDEIRA.

O CHORO DA CARPIDEIRA.

Tem choro mais hipócrita?

Beirando a heresia?

Chorando fogo fátuo.

De lágrimas sem cortesia.

Tu choras o choro amargo.

Daquela estrada vazia.

As mãos entrelaçadas.

Sob teu olhar sem paixão.

Sem saber da minha vida.

Tu erras a minha canção.

A tua lágrima seca.

Molha a alça do caixão.

Eu pago pelo murmúrio.

Da tua música pagã.

Eu sinto o odor da matéria.

No bafo desta manhã.

Do pó veio pra esta.

E desta vai pra melhor.

Vejo o meu corpo inerte,

Sob a grama do jardim...

Por aí assim, por aí...

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 07/09/2007
Código do texto: T642030