O CHORO DA CARPIDEIRA.
O CHORO DA CARPIDEIRA.
Tem choro mais hipócrita?
Beirando a heresia?
Chorando fogo fátuo.
De lágrimas sem cortesia.
Tu choras o choro amargo.
Daquela estrada vazia.
As mãos entrelaçadas.
Sob teu olhar sem paixão.
Sem saber da minha vida.
Tu erras a minha canção.
A tua lágrima seca.
Molha a alça do caixão.
Eu pago pelo murmúrio.
Da tua música pagã.
Eu sinto o odor da matéria.
No bafo desta manhã.
Do pó veio pra esta.
E desta vai pra melhor.
Vejo o meu corpo inerte,
Sob a grama do jardim...
Por aí assim, por aí...