Meias Palavras

Meias Palavras

Somos como meias descombinadas,

Uma de cor amarelo canário

Outra azul escarlate.

Deixam pegadas lisas de algodão

Cada uma de per si,

Etéreas, em outro mundo, noutro cenário...

Uma no Polo Sul, outra em Marte.

Deixam pistas que as tragam de volta

Pelo escorregadio chão!

Pessoas? Não, somente as Meias...

Sem qualquer mágoa ou pretensão.

Longe de qualquer revolta

Perto, bem perto de uma sublime emoção.

Meias verdades de um doce enredo,

Meias mentiras cronometradas à mão.

Coloridos sons a desvendar segredos

Do arrastar dos pés que aguardam um revés,

Querem dizer sim, nunca dizer não!

Meio com sono, meio com medo.

Por fim, é como o relógio (da igreja) que se prepara

Para soar tímido o sino

Concentrado, em dar o seu melhor tilintar,

Que brinca como um menino

E acalenta tão bem como canção de ninar!

Robson Victor
Enviado por Robson Victor em 13/09/2018
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