Meias Palavras
Meias Palavras
Somos como meias descombinadas,
Uma de cor amarelo canário
Outra azul escarlate.
Deixam pegadas lisas de algodão
Cada uma de per si,
Etéreas, em outro mundo, noutro cenário...
Uma no Polo Sul, outra em Marte.
Deixam pistas que as tragam de volta
Pelo escorregadio chão!
Pessoas? Não, somente as Meias...
Sem qualquer mágoa ou pretensão.
Longe de qualquer revolta
Perto, bem perto de uma sublime emoção.
Meias verdades de um doce enredo,
Meias mentiras cronometradas à mão.
Coloridos sons a desvendar segredos
Do arrastar dos pés que aguardam um revés,
Querem dizer sim, nunca dizer não!
Meio com sono, meio com medo.
Por fim, é como o relógio (da igreja) que se prepara
Para soar tímido o sino
Concentrado, em dar o seu melhor tilintar,
Que brinca como um menino
E acalenta tão bem como canção de ninar!