O QUADRO DE CAVALOS

Eles falam, eles falam tantas asneiras

E mentem, mentem, como a feiticeira

Lançam flores querendo a florista

Querem a cor, a verdade do artista.

Quantos são passos que contam

De quantas faces que zombam

Eles são tão perigosos, menina!

Não faça suas vontades, bobinha!

Acorde.

Não sonhe o sonho deles.

Escondem o raio destruidor de sonhos.

Eles querem o teu fim, menina!

Desperte teus olhos e sonhe acordada.

Seja, enfim, menina amada.

Não coma a maçã tão doce e envenenada.

Menina!

Olhe o fogo que arde!

Veja as patas que fogem!

Os cavalos se soltaram no campo e correm à morte!

A guerra está perdida, menina!

Não vá atrás dos cavalos brancos.

Os cavalos de guerra estão sujos, bobinha!

Só eles, só eles, trazem a marca da luta!

Só eles, só eles, trazem a força oculta!

Aves que nunca os pegam.

Artes que nunca se apagam.

O quadro foi pintado.

Está pintado, menina.

Continua viva a tua esperança

como aquela tinta bela e antiga.

Alexandre Scarpa
Enviado por Alexandre Scarpa em 16/10/2018
Reeditado em 31/10/2018
Código do texto: T6477815
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