ELOGIO GASTRONÓMICO EM FEITIO DE ALITERAÇÃO DE FALA-BARATO
Melíflua abissal e perene!
Delicia-se de somenos
O comensal comedido
Começado o repasto
No receio do abuso
Disfruta quem debica
Bocado a bocadinho
Do acérrimo acepipe
À dulcíssima gulodice
E pobre é proveitoso
Quem rejeita com trejeito
O pano enriquecido
O muito desafectado
E fica-se na famina
Se faltar o substancial
E sobra ao superior
Que de classe ou de claro
Desdenha o seu destino
Da fome difama o noe
E recebe em esplendor
A autêntica tentação
Quem em êxtase exclama
“Melíflua abissal e perene!”