A dança dos espiritos

Ela nada sabia dele

e nem sequer podia imaginar,

que ele existisse,

tanto assim que ele,

nunca a tinha convidado

para dançar

e no entanto, foi para ela,

que ele entregou o seu coração.

Pode até parecer uma letra,

de antigos sucessos bregas,

do tipo:

“Numa tarde tão linda de sol

ela me apareceu...” Fernando Mendes

ou, quem sabe,

“Eu vou tirar você desse lugar...” Odair José.

As nossas escolhas, estão numa bolha

e são os nossos espíritos,

que nos convidam para dançar.

A valsa, nos tempos da valsa,

O tango, o bolero ou o funk,

pois o punk está em aceitar,

que nós não decidimos nada

e que todo recomeço,

pode significar o perdão,

pelos desacertos cometidos

e em todos os sentidos.

Também ninguém nasce bandido.

O são por força das circunstâncias.

A velha serenata, na madrugada,

que acaso alguém tenha feito,

para a sua amada, pouco ensaiada,

com belas canções românticas,

sim, é certo,

de que somos nós quem as escolhemos,

mas nada decidimos sobre a madrugada

e nem a que horas o sol vai nascer.

E não são frutos de nenhum acaso,

caso você queira saber.

O sol vai nascer

e vai iluminar várias flores,

mas qual é sua e está em que rua?

Rua de paralelepípedo, de asfalto ou de barro

e de que bairro?

Você não tem como prever.

E quando a encontrar,

você simplesmente sentirá

e não será por fruto do acaso

e nem de uma simples coincidência.

Também não se trata de ciência.

É a força dos ventos,

com sua sabedoria,

determinado os dias,

de se plantar e de se colher.

É que nós não nos atentamos a isso

e tudo que foge ao nosso entendimento,

nos habituamos, a insensivelmente,

apenas determinar se tratar de feitiço.

O destino é como um rio, menino,

que não se pode represar.

Já pensou nisso?

Não?

Então pare um pouco pra pensar.