O amor de um morto

Um beijo de criança,

Assim começou.

Toda minha patética vida eu gostei de você.

Minha primeira punheta foi para você,

Me chame de tarado...

Eu e minha cabeça atrapalhada...

Não me lembro de muita coisa,

Mas via você no jardim

Usando calça leg.

Durante muito tempo

Queria casar com você,

Minha vizinha linda

Que fazia meu corpo doente tremer...

O destino é bem engraçado,

Fez você olhar para min

E se perguntar “ o que você gosta? ”

Como um meteoro você veio,

Fiquei tonto e quase vomitei,

Minha mãe diz que isso não ira dar certo.

Gosto do quarto escuro,

Assim você não pode ver minha anemia,

Adoro observar você só de calcinha...

E quando ficamos bêbados

Tudo é possível,

Você é linda

E tem um sorriso cativante...

Então em uma noite eu morri...

E la estava eu preso em um maldito caixão,

Tudo estava escuro e por um momento,

Achei que era para sempre,

Sem final feliz...

Deitado em minha nova cama,

Fui puxado para baixo,

La de baixo vi muitas coisas...

Vi você se esfregando em outro cara...

Molhando a calcinha por um zé ruela qualquer

Nem esperou o cadáver esfriar na cova...

Você partiu meu coração morto

Enquanto eu levantava e engolia terra,

Você tinha orgasmos...

Sete palmos de terra pode ser muita coisa...

Puta dor nas mãos e a sensação de comer terra,

O ar parecia pouco

Achei que estava em um terrível pesadelo...

A primeira coisa que me veio na cabeça,

Foi você,

Depois o desespero de afogar em terra molhada...

Com um Demônio antigo

Fiz um pequeno acordo,

Lamento, mas tudo que passava em minha cabeça era você...

Eu voltei sei la de onde,

Por você.

Tudo parece confuso, mas estou aqui por você,

Estou ti devendo um sorvete...

Minha carne cai,

Mas não se preocupe

Logo passara,

Sua nova paquera já se foi...

O mundo parece uma coisa louca

E sinto muito sono,

Tudo parece ser muito chato

Mas estou com ela...

Seu humor mudou muito,

Não me pareceu feliz,

Quando sai de minha cova...

O Diabo já tinha me falado sobre isso,

As pessoas mudam e são falsas,

Que coisa eu que nunca botei fé no Diabo,

É um grande sábio...

Ela me deixou,

Depois de eu ter vendido minha alma...

Hoje sentado no muro do cemitério,

Vejo ela passear com seu amor...

Que não sou eu,

O Diabo ri na minha cara, afinal ele avisou...

No final são todos macacos inteligentes,

Incapaz de ver meu sacrifício,

Puto eu estou,

É claro...

O bar do cemitério está aberto,

Vou lá com outros cadáveres inconformados com a vida,

E putos com a morte.

A primeira vez é de graça,

Conversa vai e conversa vem

E vejo o tolo que fui,

Já não tenho vida ...

Eu poderia assombra la

Mas não tenho vocação para fantasmas,

Poderia ser um “peso” em sua vida,

Mas não tenho paciência...

Sinceramente não sei como viver,

Fantasma não paga entrada do cinema

E nem em casas de putaria...

Sou um fantasma mal informado,

Não conheço meus direitos

Por isso pago mico,

Mas não ligo...

Mas não se preocupe,

Estarei aqui para escrever meus poemas

Afinal meus amigos são apenas meus leitores...

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 30/11/2018
Código do texto: T6515298
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