Dragonas De Astaroth

Dês dos primórdios de tudo aquilo que era nada,

Sem existência, sem penitencia, sem competência, sem coerência,

Existia e deixava de existir uma vida de morte intercalada,

Deu-se a primeira vida da morte por própria impaciência.

Torna-se o tudo primordialmente a escuridão palpável,

De forma instável,

Existência inevitável,

O primeiro Deus dessa existência terminável.

O Deus Morthius surgiu num susto de recém-nascido,

Fazia jus ao que ele vinha trazido,

Conhecido como o senhor do vazio,

Assim as trevas tenham surgido.

Ele andava em si mesmo em procura da sua própria finalidade,

Caminhava eternamente por todo Ele em louca crueldade,

Explorando a inexistência com toque de existencialidade,

Jornada sem fim que não traria nada que não conhecesse a verdade.

Rodeava-se de si como a síndrome do porco-espinho imortal,

Tinha tanto medo de se machucar por Ele que rodeava com seu manto celestial,

Sentiu-se tão vazio que saiu de sua forma uma luz descomunal,

Criando-se a segunda Deusa primordial.

Luxia entendia sua mão e demonstrava-a ramificada ao Deus da Escuridão,

Criando estrelas no meio do universo de seu amado em imortalização,

Pontos infinitos de sóis até constelação,

O primeiro fato de uma mulher feita em ação.

Seu criado e esposo era amado em toda sua forma onipresente,

Mas mesmo com um tendo o outro era como se o futuro não virasse presente,

Brilhando em luz ardente,

O primeiro ato de vida para queimar o vazio e criar propósito contente.

Brilhou como nunca fosse brilhar,

De teu brilho veio à vontade cega ao seu chamar,

Esferas cintilantes que radiavam-se vermelha a queimar,

O Deus do Fogo, Forgus começou a se eternizar.

Deus sem racionalidade e movido a sentimentos,

Enraizado no ódio em todos os seus momentos,

Tendo seu amor corrompido quando tocou o próprio irmão filho do incriável,

O Deus Terra, Therrius se tornava o estável.

O Deus Terra fez os planetas,

Suas partes tocadas se tornavam cometas,

Bolas de fogo que cruzavam o além do além mais,

Que não voltariam jamais.

Tentou fazer vida em seu próprio corpo de criação,

Mas qualquer tentativa de fazer pequenos era em vão,

Morriam pela impactante onipotência da escuridão,

Todos os suspiros fizeram os ventos do espaço tomar formação.

Vennentius, Deusa do Ar andava pelo seu irmão,

Passava-se por todos aqueles pedaços em vão,

Caverna, vales, crateras e abismos sem profundidade em humana razão.

Segurava os pequenos de seu Pai para que não esmagasse com a pressão.

Mas mesmo que conseguissem respirar,

Uma hora a rápida vida deles iria de acabar,

Algo incapacitava-os de continuar vivendo,

Chorou lágrimas de tristeza que acabaram lhe preenchendo,

O problema desse amor divino entre Therrius e Áccuos, a Deusa que surgiu de sua lamúria,

Ele se afogava em própria fúria,

Trazia-a angústia,

E se frustra.

O Colosso celeste absorveria a própria amada em mesmo um tocar,

Um amor que nunca iria propagar,

Até Vennentius e Forgus não poderiam se juntar,

Do ódio, do medo, da coragem, da amargura, da doçura e do amar,

Todos os deuses criaram Invergios, Deus da Energia,

Trazendo a esse mundo eterna sintonia.

Anulando qualquer sentimento e emoções,

Entrou em meditação profunda para a criação dessas canções,

Energias fluíam e saíam de suas criações,

Nunca criando ou destruindo, transformando aquilo que fazemos menções.

Luxia tinha zelo por toda criatura que se formava através de seus dependentes,

Cansada da eterna obrigação de acompanhar o marido inconsequente,

Demonstrava estar descontente,

E mesmo que ela tente,

Não poderia ser onipresente,

Ele se explorava e não se achava.

Obcecado por toda aquela sabedoria,

Em rosto estético que nunca sorriria,

Arrancou o próprio óvulo e por seus filhos rogaria,

Gerando poderes para todas as suas crias.

Forgus veio o ardor,

Therrius o magma em calor,

Vennentius a gravitação,

Áccuos a inundação.

Vendo o Sol do órgão da sua amada,

Teve em sua mente uma arrogância pesada,

Morthius teve pesar e arrancou seu testículo em prol de vida,

Gerando a Lua junto com o poder de Invergios, a Harmonia.

Toda vez que transpassassem seus próprios órgãos de início,

Tornava-se um hábito num vício,

Conhecia-se então o universo um ser vitalício,

Do eclipse viria a fonte de vida de ofício,

Era o início em reinício,

Gerando vida através de sacrifício.

O amor da Deusa Luz é inquestionável,

Criava diversas criaturas que se tornava amável,

E as cuidava para que ao seu marido seja apresentável,

A vida e a morte num ato imaleável,

A cruel vida em tom de som afável,

A doce morte em tom de grito louvável.

Brilhou o primeiro pecado de inveja do Deus da Energia,

Houve a primeira explosão de sinergia,

Pulsou em Therrius por ironia,

E juntou todos os deuses em agonia,

Tudo por não ter uma amada e que Morthius nunca criaria,

Jurou que a todos eles destruiria.

Selado por loucura arcana de ódio profundo,

Pulsou outra vez energia de ao moribundo,

Selou todos os deuses em sete selos,

Mágica dos elementos em todos os seus elos.

Forgus brilhou vermelho como o Pecado da Ira e se tornou incontrolável,

Luxia brilhou branca como o Luxúria e se tornou impiedosa,

Morthius brilhou roxo como o Orgulho e se tornou deplorável,

Áccuos brilhou azul como a Avareza e se tornou tortuosa,

Therrius brilhou marrom como a Gula e se tornou imperdoável,

Vennentius brilhou verde como a Preguiça e se tornou furiosa,

Invergios brilhou laranja como a Inveja e se tornou detestável,

Pela primeira vez o divino questionou e foi questionado,

Sentiram-se completamente inacabados,

Cada um carregando seus próprios fardos,

Criando a si mesmo para destruírem-se e terminarem acabados.

Todos se separaram para se unir quando necessário,

No universo que tudo muda com o piar de um canário,

Muda com o quebrar de um armário,

Com o partir de um ser ordinário.

Era Calamidade que estava por vir,

Que faria tudo se criar e ruir,

Com sentimento de destruir,

Pulsou novamente para que pudesse sorrir,

Tudo começa a fluir,

Tudo pago por um caro preço,

Acabar com tudo que teria apreço,

Cuidando de tudo com desprezo,

A Calamidade dos Deuses de um inevitável começo.

Nessa última pulsão,

Veio sua inversa criação,

Primeiro Deus de amor a destruição,

Lúcifer, O Iluminado, A luz da Escuridão,

Jurado de morte as trevas de sua esposa por toda essa função.

Nasce Noxias, Mãe da Escuridão com sede de poder,

Jurando de morte seu amante quando a fez nascer,

Engolidora de tudo e senhora do vazio,

Aquela que carrega do nada um breve fio.

A erupção do inferno gélido do próprio coração,

O conquistador de demônios, Deus da Ira e do Guerrear,

Cérberus começou sua conquista pelos três infernos da sua dimensão,

Mostrando a chama mais ardente aos olhos de Forgus que veio a se irar,

Enlouquecendo-o por ser uma divindade a se limitar,

A primeira guerra estava a começar.

A primeira chuva sangrenta,

Dando nomes de criaturas e mistérios da vida que morre,

Lamurius nasce sedenta,

Procurando macular aonde a água escorre,

Num mundo que toda água é sangue carmesim,

Disposta a sangrar o universo até o fim.

Phisius, Deus da Areia e o desmanche de toda a terra colossal,

Libertava sussurros em línguas que nunca terão igual,

O Indissolúvel, Peregrino caçador do Coração do Deus Terra,

Seguindo-o para dar o Voto de Minerva.

Carmerium e sua tempestade incontrolada,

Deusa dos ventos e dos gritos silenciosos, desalmada,

Ira da Natureza endiabrada,

Sombra dos Bons Fins e desumanizada,

Não poderia ser controlada,

Destruindo de Vennentius toda a calma.

De Doom, Retornador de Energias veio o ecoar rouco,

Dizimador de Espaços e Ápice do pouco,

Eternamente louco,

Procurando energia e a passando por eterno sufoco.

Tudo que existia possuía um contrário para lhe desfazer,

Cada rei de seu reino poderia se destronar,

Água, céus, submundos ganhavam tonalidades de perigos e emoções para lhes carecer,

A profecia que estava para começar,

Cores e vontades de cada dia até o último para se satisfazer,

A Calamidade irá iniciar.

Assim começa o início do fim, nessa fogueira contar,

Que os Deuses estejam em todo lugar,

Pois quando o tempo começar a girar,

É inevitável essa profecia começar a se concretizar.

São cantigas contadas por toda a história da humanidade,

Que foi passada de geração em geração com toda sinceridade,

Ninguém sabe se tudo isso é verdade,

Mas cuidado que o tempo nunca tem idade.

Tudo rodeado pelo frio ar do inverno,

Essa história começa com o primórdio do separar do inferno,

É um ciclo eterno,

Que todos estão fadados a esse destino,

Imprevisível e concretizado,

De fato,

Esse é o destino nato.

Só conta e faz da ampulheta a areia descer,

Caminha dançando diante da face daqueles que irão aparecer,

Segura a mão a quem deve perecer,

Faz com que tudo devidamente venha acontecer,

A Calamidade está para nascer.

É conto estridente,

De um velho e doente,

Um conto de piratas,

Homens, jovens e ladras,

Para continuar seu paradeiro,

Você precisa estar vivo primeiro,

São lendas eufóricas,

Mas mortos não contam histórias.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 26/02/2019
Código do texto: T6584425
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