BEIJO PRÍNCIPE E O SAPO
Troco um sopro
Troco um beijo
Por um sonho
Por um desejo
Dou as asas
A varinha de condão
Ergo as armas
Que estão ali à mão
O dia-a-dia do cansaço
Veste, assim, o corpo despido
Saio com as dores no regaço
E com o coração ferido
As luzes fechadas que caem dos céus
São anjos soltos da mão de Deus
São palavras nuas, sem véus
Costurando esta Teia
Caminho sobre este altar
De cimento e de concreto
Escuto os deuses à janela
Que me fazem um pedido secreto
Que não acredite em tudo o que vejo
Sem olhar, primeiro, a sua alma
E se esta, entretanto, me der um beijo
Aí vive um Príncipe e não um Sapo.
Susana Júlio
(http://teiadeariana.blogspot.com)