Azul Perfeito

Como num sonho antigo,

eu acordei caindo.

Tropecei voraz,

na fuga indistinta.

E é tão vergonhoso

sonhar cedo assim.

Chorei verões quentes

me lembrando das chuvas,

minguando dias inteiros

pela ausência tua.

Se o amor fosse um dia calmo,

não haveria lugar

onde eu não te veria.

E se pedir fosse demais

você então ficaria?

Te quero, mas nem tanto,

com o gosto amargo do encanto.

Que se perdeu

e mais uma vez

de você escrevo

o poema mais estranho que já se escreveu.