FLORESTA SEM PRIMAVERA
Tu floresta da Amazônia é triste.
Em toda a tua majestade encobres com teu vigor a frustração
De não possuíres a estação que embala sonhos,
Com perfume das mil cores de inúmeros amores.
É o preço que paga, conforma-te.
Apesar do teu Império, não podes ter tudo a ti subjugada.
Chora mata, pois em teu ano,
Não tens a multicolor estação das flores.
Contenta-te com o inverno
Que enche teus leitos de água límpida e pura
De rios caudalosos que estão aos teus pés
E te banha de devaneios com os sentimentos sinceros
Da chuva que cai e a beleza da Lua.
Anima-te com o verão,
Aquele que o Sol te fecunda,
Com o calor que lhe é próprio,
Enchendo-o teu verde de esplendor e brilho.
Alegra-te, pois tens com isso, exclusiva fama.
Não tens as mil cores unidas,
Nem diversos perfumes das flores
que se misturam de uma única vez.
Mas possui grande verde, ar puro e calor.
Se ainda assim não estás feliz
É porque apesar disso, desconhece o amor.