Janela Rubra

Em uma pequena janela rubra,

enxergo fragmentos do seu corpo,

são estrelas cadentes proféticas

e cães que rosnam por ver sangue.

Braços mutilados, crianças sem cabeça,

um cenário bestial no qual entorpeço-me,

voo nas garras da garça putrefata

que abandonou sua beleza em prol da aventura de presenciar o inferno.

No alto da torre negra,

o feiticeiro aguarda a transmutação ,

então o mundo irá acabar,

deixando o esplendor para seu deus morto comer.

Livre-me dessa carga,

porque conheço a verdade e a mentira

e sei que é tudo uma só coisa,

que aperta, esmaga,aperta... dilacera...