Incompreensível

Não quero ser a última palavra

nem tampouco a primeira

Quero ser o que quieto estava,

a beira...

Nem ao menos o palco

talvez sim, a plateia

O gosto do alto

o sabor do abaixo

Quero ver se me acho

em meio a ideia

Quero o simples,

mesmo se for

momentâneo...

Nada de gênio

Nada de prêmio

subcutâneo

Me quero, instantâneo

e não indissolúvel

Volúvel submarino

menino super-voador

Eu, o vento

mesmo que ventilador

Quero asas na alma

e a calma do corpo

Quero ser vivo

não em sobrevida

de morto

Desejo a querida

amada

a qualquer hora

na rapidez

ou na demora

Minha água

rio em turbidez

bote em seu porto

Te quero planta

enquanto sou horto

Quero a caverna

e morcegos

como mil antenas

Quero as ruas serenas

ao sabor das bicicletas...

Sem medo

pudera eu estar

mais do que só ser

O querer sempre acena

Metamorfoses

são doses da meta

do que me vale a pena

01-02-2020

18h48min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 01/02/2020
Reeditado em 01/02/2020
Código do texto: T6855958
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