MAL ME QUER!
O sepulcro que insultas
Guarda-me em memória
Por toda eternidade até que se acabe
O meu corpo cinzento
Querido pelos vermes
Mas ainda odiado pelos inimigos
Rasgando maldizeres póstumos
O gosto cadavérico dos ares onde habito
Tem o mesmo sabor das suas injurias
Insultas não a mim
Mas a própria morte
O barqueiro em pessoa
Que nunca perde uma viagem
A treva que abriga todos os temores
Cobre seu corpo
Como um véu mórbido e derradeiro
Lambendo a tua pele tépida
Como se a própria foice o fosse
[rh.10.10.07.00:20]