MAL ME QUER!

O sepulcro que insultas

Guarda-me em memória

Por toda eternidade até que se acabe

O meu corpo cinzento

Querido pelos vermes

Mas ainda odiado pelos inimigos

Rasgando maldizeres póstumos

O gosto cadavérico dos ares onde habito

Tem o mesmo sabor das suas injurias

Insultas não a mim

Mas a própria morte

O barqueiro em pessoa

Que nunca perde uma viagem

A treva que abriga todos os temores

Cobre seu corpo

Como um véu mórbido e derradeiro

Lambendo a tua pele tépida

Como se a própria foice o fosse

[rh.10.10.07.00:20]

Ricardo Henrique
Enviado por Ricardo Henrique em 11/10/2007
Código do texto: T689415