Nem todas as delícias se pode provar

“...Musa inspiradora da minha vida,

que por algum tempo,

embalou meus sonhos de felicidade...”

Fora da cidade

e longe de ser uma grande cidade,

havia uma enorme casa, com um imenso quintal

e até varal tinha.

Voavam andorinhas,

desfilavam pardais,

gaturamas, bem-te-vis

e até gaviões,

no tempo em ainda havia casas assim,

quintais assim

e até meninos assim.

Tudo assim!

E lá no fim, morava uma menina,

muito bonita, graciosa,

daquele tipo de menina,

pelo qual a gente se encanta

e que naquele dia não almoça

e também nem janta.

Mas de nada adianta!

Com tanta coisa bonita,

que até me esqueci de relatar,

que também tinha galinhas, galos,

cachorros, gatos

e até um riacho,

banhando toda a propriedade.

Que saudade daqueles tempos!

Mas tinha aquele menino,

franzino e sem muitas perspectivas,

que se encantar pela linda menina,

cujo pai era por demais cuidadoso, zeloso

e extremamente rigoroso?

Chegou a tentar,

pelo que fiquei sabendo,

mas que hoje continua se lambendo

de vontade,

porque nem todas as beldades,

a gente pode ter.

Poema baseado numa confissão,

mas nem tudo que se sabe também ,

se pode revelar,

sabia?

Dizem também, lá no interior,

que sorte é sorte e que azar é azar.

Mas deixa pra lá!