Chancliche

Não conheço Ouro Preto.

nem Brumadinho

Certa vez Mariana

sussurrou no meu ouvido

não sei se era uma prece

ou profecia

Feche as páginas e adormeça

numa nuvem de algodão doce

Atravesse o Atlântico

numa caixa de fósforos

Sob a claridade de poucas velas,

uma boa onda chega inteira

A barca torce a rotação do sonho

em plena meia noite de vinhos e carícias

As lentes do deserto

refletem, entram em contato

com a imensidão

do morto olhar da existência

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De vez em quando,

de forma rude

o poema expulsa a estrofe da balbúrdia

não conheço Beirute,

mas como chancliche

com pedaços de pão

quibe cru com cebola

é uma delícia com cerveja

vende-se na Pratinha

damasco e carro de boi na promoção

Em oito meia

foi feito o gol

mais belo

já visto

Baco Trôpi Renton
Enviado por Baco Trôpi Renton em 16/06/2020
Código do texto: T6978554
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