Chancliche
Não conheço Ouro Preto.
nem Brumadinho
Certa vez Mariana
sussurrou no meu ouvido
não sei se era uma prece
ou profecia
Feche as páginas e adormeça
numa nuvem de algodão doce
Atravesse o Atlântico
numa caixa de fósforos
Sob a claridade de poucas velas,
uma boa onda chega inteira
A barca torce a rotação do sonho
em plena meia noite de vinhos e carícias
As lentes do deserto
refletem, entram em contato
com a imensidão
do morto olhar da existência
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De vez em quando,
de forma rude
o poema expulsa a estrofe da balbúrdia
não conheço Beirute,
mas como chancliche
com pedaços de pão
quibe cru com cebola
é uma delícia com cerveja
vende-se na Pratinha
damasco e carro de boi na promoção
Em oito meia
foi feito o gol
mais belo
já visto