RABISCOS SEM PARTITURAS
Nas gavetas envelhecidas, encontrei uma agenda perdida
Eram versos de amores... clamavam: Senhora, Amo-te!
Na montanha, sob a chuva fraca, ainda sob o mar nevado
Imaginei uma clareira, na fonte a cachoeira, até o final dos dias...
Iniciei a saga de esconder em caixa de brinquedos a poesia que surgia
Era como se fosse um juramento de celibato, um acordo, um trato...
O tempo passava e na janela desbotavam choros de veranisticos
O sol aparecia, dava o ar da sua graça, na Dês-esperança lunar
Em demasia, ...até mesmo a Eros(são) não cedia - São forças inúteis!
Comecei a ter medo, do infortúnio, nas luzes que ali adormeciam.
Mais além... Eis que um anjo emana minha vida, carrega em mãos de paz...
Ninguém falou sobre a dor em nós, nem no desfiladeiro nem de vós!
Sim! Dar-te-ia a vida que nascia. Estender-te ia as mãos...
Ó meu amor! Pressenti no desejo do poço, na visão da face, em refratário pergaminho...
Ali estavam os versos musicados sem partituras, mas com timbre e melodia!
Como se assim quisessem falar: - Seremos prosa e poesia!