Rondó - Bruxas
Rondó - Bruxas
Óh! Mãe tranque todas fretas,
pois as certas mariposas
nele pousam e sua alma
se desalma e a levarão.
Em um berço, no balanço
dorme um anjo tão sozinho
muito frágil o garotinho
no descanço de algodão.
Dorme o anjo no enfadonho
do balanço, cobertores
nos ursinhos protetores
nos seus sonhos que se vão.
Óh! Mãe tranque todas fretas,
pois as certas mariposas
nele pousam e sua alma
se desalma e a levarão.
Essa bruxas almas levam
das criancinhas nas suas casas
dos quais dormem sob a brasa
que conservam no pulmão.
Essas brasa são os afagos
que suas mães lhe embalaram
para um sono que cavalgam
sob os lagos da ilusão.
Óh! Mãe tranque todas fretas,
pois as certas mariposas
nele pousam e sua alma
se desalma e a levarão.
Ninguém sabe o paradeiro
dos pequenos desalmados
são vendidos ou trocados
derradeiro de um leilão.
Ou são todos devorados
em feitiços carniceiros
ou talvez valem dinheiro
de endiabrada transação.
Óh! Mãe tranque todas fretas,
pois as certas mariposas
nele pousam e sua alma
se desalma e a levarão.
Elas rondam qualquer canto
de qualquer casa ou familia
expiando com malícia
procurando refeição....
No desterro e nestas noites
em que os tempos enterram
tantos contos apagaram
nos açoites da razão.
Óh! Mãe tranque todas fretas,
pois as certas mariposas
nele pousam e sua alma
se desalma e a levarão!