Livre Queda

Carne, sangue, uma parede quebrada

Um sol que mata, uma mata que sofre

Um deslize do homem, uma sombra amarga

Um gesto em vão, escrever aos surdos, aos mudos e aos ceus

Um momento de glória, Maria, Nossa Senhora

Um horror de guerra, uma tregua sem linguas, sem papas

Sanidade, uma pena, uma do, que desfarça

Uma muda, que muda a esperança

Que brota, que surge, nas algas

Nos mares mais limpos

Uma vida que surge em meio ao lixo

Um quilo, uma grama, outra morte, por isso

São novas as modas, os modelos

Em volta, uma cortina que não abre, que prende a demora

E surge um canto, uma poesia, um pássaro

Tão longe, tão belo, tão manso

Um riacho, que corre e abre caminhos

Uma vertente, um sinal que em nossa mente

Inflama, supera, desprende, num desmanche

Rômulo Cabral
Enviado por Rômulo Cabral em 06/11/2007
Código do texto: T725581
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