A Caipora

Fala-se da caipora

Também "vovó-das-matas"

No Nordeste do Brasil

Sempre ela existiu.

Ela assovia à noite

Está nas matas a vagar

É lá sua morada

E exige ser respeitada.

Chama-se também, "comadre-das-matas"

A uns ajuda a outros maltrata

Torna-se até amiga

Quando se acha assistida.

Ela gosta de beber e fumar

Quem vai às matas deve se lembrar

Principalmente quem vai caçar

Deve bebida e fumo para ela levar.

Ao presentear a caipora

Animal irá encontrar

Se nada a ele doar, pode até atrapalhar

E a caça ela esconderá.

Se nada a ela levar, pode até se irar

O caçador e cachorros apanharão

Será surra terrível

Que vem do invisível.

Poesia do livro: "Nós Somos Poesia", CBJE, 2005, RJ.