O bolero do crioulo doido
Ravel chegou de noite em Teresina,
debaixo da nevasca de verão,
em uma noite fria de São João,
à base de quentão e cajuína.
Agarrou a safona, o violão...
Mijou atrás do poste, na esquina,
às duas ou três horas da matina,
e tocou, de Elis, Fascinação.
Tocou também um frevo de Beethoven,
que, até agora, todos os que o ouvem
pensam ouvir um fado de Lisboa.
Ravel fez da doidice um bolero.
E, por ser um sujeito mui sincero,
embora um poeta, é gente boa.
Ravel chegou de noite em Teresina,
debaixo da nevasca de verão,
em uma noite fria de São João,
à base de quentão e cajuína.
Agarrou a safona, o violão...
Mijou atrás do poste, na esquina,
às duas ou três horas da matina,
e tocou, de Elis, Fascinação.
Tocou também um frevo de Beethoven,
que, até agora, todos os que o ouvem
pensam ouvir um fado de Lisboa.
Ravel fez da doidice um bolero.
E, por ser um sujeito mui sincero,
embora um poeta, é gente boa.