Pede grandeza

não se inveje quem sobe ao pedestal

traição de amigo lhe corrói as bases

a queda o vai dizer herói ou vil

se como penso a noite me desventra

venha o silêncio me animar por dentro

venha a montanha me vestir de armas

sei que não prendo as cordas dos teus dedos

nem te fecundo a garra que me laça

não há como vencer um alto muro

nem as guerras medonhas matam anjos

nem mitos se desnudam para amar

nem esse pão que sobra em tua mesa

será dado ao faminto que o esmola

só aquilo que nossa mão constrói

nos faz bem e nos pulsa de grandeza

e nos enche de paz o coração