Ainda Marioneta

Percorrendo caminhos sombrios

a marioneta procura descanso...

Descanso de si mesma... do peso do seu corpo... da sua falta de agilidade...

O seu olhar percorre a multidão à sua frente... tenta encontrar um rosto amigo...

O seu sofrimento passa despercebido...

A indiferença que a rodeia deixa-a prostrada...

Mais um dia termina...

Na sua solidão perscruta o coração humano...

Tenta encontrar nele a tão falada “humanidade”...

Cada vez menos sabe o que tal significa...

A marioneta escuta... escuta...

Procura sentir o bater de um coração...

Ouve tantas vezes dizer: “ – Parece tão humana!”

Ela sabe que metafóricamente bate um coração dentro de si...

Mas que tipo de coração?

Um coração que muda conforme o humor de quem o controla.

Uns dias mais ...

Outros dias menos...

Quase um coração humano...

A marioneta vitimiza-se...

Sente-se bem nesse papel.

A origem da culpa é muito vasta.

É social, é familiar...

É uma fase de crescimento interior dissimulada...

A marioneta perde-se tentando encontrar-se...

Encontra-se tentando não se perder...

Aos poucos ela vai ganhando forças para avançar...

Aos poucos os seus fios ganham vida...

Alimentando os nossos sonhos.

Sobre ela pendem os fios da vida e da morte.

Compilado apartir da peça "Marioneta".

Luena dos Reis
Enviado por Luena dos Reis em 29/08/2021
Código do texto: T7330733
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