POR MUITO TEMPO
Por muito tempo acreditei
Que os anos escorriam pelos dedos
Como suco de fruta madura
Como gotas d´água da chuva
Pois me surpreendiquando notei
Que não corria de mim o tempo;
Era eu quem fugia correndo;
Como numa eterna brincadeira de pegar...
E percebi que ele não era tocável;
Pois era eu quem iria passar
E ele permaneceria intacto
Apenas observando, perplexo,
O mundo continuar a girar...
Observei a roda-gigante que era a vida
Os ciclos que se fecham perfeitos
E enfim, a lição foi compreendida...
Eu não poderia aprisionar o tempo...
Porque ele é escorregadio e ligeiro
Ligeiro tal qual a nossa pressa
E a partir daí compreendi...
O tempo fica... Nossa vida?
É um teatro, uma peça...