O POETA E O JARDIM

Na manhã de etéreas flores

Caía uma chuva feroz.

No Jardim enfeitado,

Sob os pingos celestes,

O Poeta andarilho

Sentou-se num banco

E tirou do bolso o seu último escrito.

- Era um poema sobre árvores.

E poemas sobre árvores

São sempre mais puros,

Mais fecundos, mais belos...

Foi então que,

aos beijos da tempestade

O papel, frágil e delicado como as rosas,

Se desfez por entre os dedos,

Caiu no chão

E levou embora,

para sempre,

Os seus versos.

O Poeta então sorriu.

Sua poesia agora viraria semente

E brotaria da terra.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 17/11/2007
Reeditado em 22/11/2009
Código do texto: T740729
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