Noturnos

A noite chega e me amedronta

Há luzes multicores nas praças

e há sombras nas casas

Sombras senis, sombras vis,

sombras na sombra

e me assombram...

Quem era eu na noite escura?

Mais uma sombra a se esgueirar

Atrás de uma companhia

Que não dormisse e me escutasse

Na noite densa a ocultar

As lágrimas que teimavam a rolar

Na face soturna

Com medo das figuras

Noturnas a vigiar...

E a noite passa,

Um silêncio mortal

A delirar em fumaças

Esparsas a sombrear

O rosto horroroso

A provocar

Calafrios...

O sol no nascente

Tudo volta ao normal

Na minha mente

Foi apenas um sonho

Um incidente

Não há mais nada

A me torturar...

Até que outra noite

Aconteça

E eu adormeça

E os pesadelos

Impeçam-me

De sonhar

bmh@ 18/01/2021

Bárbara Hupsel
Enviado por Bárbara Hupsel em 22/01/2022
Reeditado em 22/01/2022
Código do texto: T7435027
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