"O moribundo e o Viaduto do Anhagabaú"

O pobre trabalhador ostenta um sonho - ser rico,

Não era um sonho qualquer, mas aquele que seguia,

Dia após dia, mas que fazer? - Ele nunca acontecia,

E na viada tão pacata - como sofria o Alarico.

Entrementes, certa noite - um homem disse:

Alarico, meu filho - queres ser um homem rico?

Claro que sim! - Responde o pobretão...

Quer repetir - o homem dispara antes que repetisse.

Diz:- se no caso, na hipótese de eu te abençoar,

Se fizer de ti ricaço, poderoso e tanto nobre,

Prometes - tu vais te lembrar dos pobres?

Sim... - responde o Alarico junto ao acompanhante,

Alarico, meu filho, estás certo do que estás dizendo?

Repete, sim, apressadamente e já correndo.

II

Conscientge; diz: - será por Deus que estou pecando?

Mas, corre ao aposento e pega a sacola de rosquinha,

E, passoi firme, deixa a humiulde e triste barraquinha,

No fim da rua, abismado, vê a rosca se acabando.

Sem alternativo, ele retorna ao cômodo da choupana,

O objetivo, ora bolas! - pegar mais da tal rosquinha,

E a multiudão alvoroçada tanto ia quanto vinha,

Não obstante, uns tem moeda, outros reles filigrana.

Diante do sucesso, Alarico adquire uma bicicleta,

Em seguida, novo passo - obtém uma perua usada,

E duas, três, quatro, enfim, um caminhão de estrada.

No entanto, ele não se dá conta dos acontecimentos,

Já que, ora, tem indústria e centena de empregados,

E, em raso tempo, ducentena e dentre encarregados.

III

Conhece o mundo, está em quase todas as nações,

É abastado, rico e já não mora naquela favela,

Já que mudara da outrora suja e imunda viela,

Vive, sim, em bairro nobre e numa rica mansão.

Quyis o destino, um mendigo bate à sua porta,

Rogo após rogo, insiste, quer falar consigo,

É esse po marco, a decaída, início do crucial castigo,

Qual o do regresso à vida pobre, insepulta, morta.

Alarico, insensato, soberbo; - não falo com mendigo,

A secretária tras na face um msto de pena e de temor,

E lhe diz:... - já disse: - ele quer, apenas, ver o senhor.

IV

O patrão infere: - diz ao safado - que vá trabalhar,

Mas a secretária - patrão não quer saber do nome,

Ele insiste e diz que lhe conhece e que tem fome,

E que almeja só um migalha para saciar a fome.

Insano o patrão recomenda - não atendo a miserável,

Reafairma Marta - quer água e um mícron de farinha,

Garante que vai se embora com esta audazinha,

Creio - jamais volta o seu juramento é acreditável.

Já que assim, leve e lhe sugira não encher o saco,

Coração duro, nos ares, sem a menor concetração,

Nem vê o tal mendigo colocar a farinha sobre a mão,

E nem o juntar da água perante o todo, ali, olhando,

E ali na sala sente o aroma do bolo que ao ar subiu,

O mendigo diz: - o seu patrão não merece o que me pediu.

V

Alarico lemnbra do anjo que um dia lhe atendeu,

Deu-lhe a doce e inmfinita benção da riqueza,

Travestido na irreal capa da dura e real tristeza,

Sobe a ladeira da usura não mais andando. mas correu.

Corre espinho lancinante se esgueira entre casas,

Tentar gritar, o som da garganta não lhe ecoa,

E vê o mensageiro que entre as nuvens se esquivou,

Perante a mutação que lhe dá um par de asas.

Alarico vê no dia-a-dia que as vendas vão caindo,

E perante as vicissitudes, a mulher lhe abandonou,

O cstelo, o luxo, o gozo da riqueza, lento se acabou.

E pensar, Alarico, antes tinha um barraco na favela,

Um cachorro, uma cabra, um gato e um pé de umbú,

E hoje - apenas o teto do "Viaduto do Anhagabaú"!

YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 20/11/2007
Código do texto: T744757
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