COM MAÇÃ E CANELA
Ele era um comum exemplar do gênero masculino, cortejava-me à vontade e, ao nosso bel prazer, sorríamos um para o outro, timidamente...
Não era bonito, não precisava ser bonito. Bastava o seu olhar a me despir, e como foi salutar ouvir o que me dizia, como se fosse o sol entrando pelos poros adormecidos do meu ser maltratado... esquecido...
Massageava o meu ego saber dos seus sórdidos desejos, sentir as mãos acordando meus acordes, e quando não era possível o toque, os olhos gulosos a encontrar os meus teimosos...
Um sorriso indecente, desenhava-se em meus lábios vermelhos, retribuía-me com um suspiro e um silencioso beijo jogado de longe,
sorrateiro...
Quando havia a oportunidade de um carinho entre as peles, manipulava a atenção dos demais e eu sentia um choque, não sei onde...
Era só um choque, consequência de mais um elogio recheado de intenções e renovados toques...
... "e tudo em mim procura se entregar ao teu amor, ao mar." (Gilka Machado)
bmh@