COM MAÇÃ E CANELA

Ele era um comum exemplar do gênero masculino, cortejava-me à vontade e, ao nosso bel prazer, sorríamos um para o outro, timidamente...

Não era bonito, não precisava ser bonito. Bastava o seu olhar a me despir, e como foi salutar ouvir o que me dizia, como se fosse o sol entrando pelos poros adormecidos do meu ser maltratado... esquecido...

Massageava o meu ego saber dos seus sórdidos desejos, sentir as mãos acordando meus acordes, e quando não era possível o toque, os olhos gulosos a encontrar os meus teimosos...

Um sorriso indecente, desenhava-se em meus lábios vermelhos, retribuía-me com um suspiro e um silencioso beijo jogado de longe,

sorrateiro...

Quando havia a oportunidade de um carinho entre as peles, manipulava a atenção dos demais e eu sentia um choque, não sei onde...

Era só um choque, consequência de mais um elogio recheado de intenções e renovados toques...

... "e tudo em mim procura se entregar ao teu amor, ao mar." (Gilka Machado)

bmh@

Bárbara Hupsel
Enviado por Bárbara Hupsel em 24/02/2022
Reeditado em 26/02/2022
Código do texto: T7459525
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