Baú da morte

Sei que tenho o costume de me jogar no chão

Não queria ser tão acostumado com essas quedas

Se eu me afastar de ti, peço perdão

Não queria ter ferido outras pessoas nessas quedas

Talvez eu me prenda muito ao pessimismo

Queria ter a tal dose de esperança e ser contente

Ser um homem banhado com otimismo

E ter um abraço acoledor e ardente

Me jogaram num frio copo de rum e a deriva

Feito pirata me jogo nesse oceano quebradiço

Não sei se é a tinta, mas algo nessa caneta me desmotiva

Talvez essa mistura podre que tornou-me mestiço

Não procuro a virtude de ser bem olhado pelos puros

Mas sim a liberdade lírica de continuar versando

E um pouco de vinho para manter-me ébrio

Feito sereia eu afoguei todas aquelas mágoas como marinheiro d’água doce

Na garganta do diabo eu empurrei todo aquele álcool

E no enjoo do balançar do barco fico em estado de ressaca

Aqueles homens roubaram todo meu tesouro

Não há motivos para esconder minhas lâminas

E nem sequer para continuar escrevendo…

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 13/03/2022
Código do texto: T7472039
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