Sob os meus delírios (republicando)

No labiríntico páramo azul

que descolorem em cinza os meus olhos

vejo desenhada

em estrelas distantes e inatingíveis

a tua presença...

a carne, desdenhada, pede

e a alma não pensa

e é desse influxo de pensamentos

que sinto a tua ausência...

eflue daí

toda abrasante lástima...

e na paisagem plúmbea desse meu olhar

disfarçam-se de nuvens densas

de todas as lágrimas

que nascem do não saber te alcançar...

de abismos

e de tantas águas, em represa

trovejo, nas madrugadas

e formam-se tempestades

a toda vez que, em mim

o tempo serena

e a minh'alma envenena

com toda realidade

que, sob o meu céu, desaba...