Cassino

Agora a sorte está lançada!

Cada um apostando suas fichas

Nesse jogo nunca ganhei nada!

Só respostas distorcidas

Onde é que o mundo me levou?

Estou nesse cassino sombrio

Não sei nem aonde estou

Gira essa roleta meu filho!

Quero ver qual o numeral

Em que essa bolinha irá parar!

Talvez ganhe antes do funeral

Antes da minh'alma descansar

Cadê o crupiê dessa mesa?

Quero apostar tudo que tenho

Talvez sem fé eu me esqueça

Ou melhore o meu desempenho

No vício louco de jogar

Que diabos foi que já ganhei?

Apenas uma cicatriz no olhar

Pra enxergar o mundo que ocultei

Ah mas que terrível essa ansiedade!

Quero quebrar a banca, vamos !

Sou um infeliz cheio de vaidades

Um pouco monstro e um pouco humano

Sinto que esse jogo me domina

Já não consigo pensar com lógica

Com a mente cheia de metanfetamina

Busco uma ilusão que mude a ótica

O cheiro de álcool no recinto

Se confunde com fumaça de cigarro

Nesse mundo devasso que eu pinto

O diabo vem e escarra seu catarro

É sangue podre com gosto de menta

É a ansiedade da roleta russa

O corpo padece e quase não aguenta

Na insana cruel e insistente busca

Que animal horrendo me tornei!

A escuridão tomou minha vida

Estou perdido nesse labirinto eu sei

E sei que é o fim, sem sequer ter despedida!

Um poeta e só
Enviado por Um poeta e só em 14/07/2022
Reeditado em 14/07/2022
Código do texto: T7559194
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