EPIFANIA DO AMOR À LA FRIGIDAIRE (Tony Antunes)

No onírico desejo idealizado e íntimo

sonho solto com estradas tortas, derretidas,

como cobras elasticando-se pelas vias suburbanas

com a graça dos teus lampejos e a tormenta dos

[meus trovões.

Em ludículos lapsos limborados de alumbres

serpenteio-me com língua, lábios e salivas,

lambendo cada gota de teu sêmen,

regojizando-me na parceria de tuas entranhas

derretido no tacho da ‘Balada de Madame Frigidaire’.

De súbito descubro nosso amor de há tempos

na realidade das azias, dos regnólitos construídos

das crostas que nos mantêm juntos, ante nossas agonias.

Na solidão de mim mesmo te construo a cada devaneio

invento teu rosto, teus olhos, tua voz e teu cheiro…

teu gosto que consumo em sacanagens.

Te poeto a cada elemento no intento das minhas

[íntimas intenções

na falta do jeito de te ajeitar, te pego mesmo assim.

E na ferrugem da vida cruel e realista que,

não nos permite adiá-la, te exploro e te devoro,

ante a última mordia canibal de corpo, alma e perdição.

RESPEITEM-SE OS DIREITOS AUTORAIS: LEI Nº 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

Tony Antunes
Enviado por Tony Antunes em 08/01/2023
Código do texto: T7689397
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