SUBJAÇÃO DO VERBO (Tony Antunes)

Verboriando vísceras nos versos

[de grafite,

catando tempo e teses de marfim,

certo da agonia estapafúrdia

no luto das almas desencardidas,

solapos de solidão gritam.

As veias de acrílico crocam-se,

chocam-se no esticamento

[das artérias,

anulam os sentimentos coesos,

desoxidam o DNA das células,

latem ao efeito da lua nova.

Grunhidos sádicos em dores

[de chibatas

alaram o lodo das entranhas,

enlamam os lamentos lacrimais,

secam os espíritos encarnados.

Com festins ao lepto de neon,

as madrugadas enuvam-se

[de neblinas,

emudam-se aos gritos,

estancam-se aos choros

em Ave Marias pelas brechas

[das vielas

na subjação do verbo.

RESPEITEM-SE OS DIREITOS AUTORAIS: LEI Nº 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

Tony Antunes
Enviado por Tony Antunes em 08/01/2023
Código do texto: T7689399
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.