PESADELANDO ESPASMOS (Tony Antunes)
Na fúbula apneica do ronco,
ronrona sonolento o destino,
acenando ao caos com cabelos
[de fogo.
As estrelas sapicam labaredas,
a lua, em lágrimas, pranteia,
prumos norteiam as medidas,
bussolam os continentes e
as nuvens gangrenam os céus.
Destinados, os demônios fazem a festa
com as diabetes a dançarem nuas,
a requebolarem suas ancas estriásticas,
esquálidas de hecatombes flácidas.
Noiteando o ato, em fístolas de tolices,
a língua ferina borila o clitóris da neblina,
saboreia o néctar da desgraça e cospe
num repúdio incrédulo ao futuro.
RESPEITEM-SE OS DIREITOS AUTORAIS: LEI Nº 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998