À INFLÁCIDA VEIA DO CREDO (Tony Antunes)
No exato gole nas poeiras das pedras
apimentados de angústias, réstias,
[restos e rastejos,
aos poucos, o futuro falece flácido.
As crianças choraminguam pelas migalhas
[do chão,
as viúvas siriricam em silvos de cascavéis,
seus defuntos esquentam-se à sombra
[do sol eclipsal
tapurulando-se em larvas de credo (e de cruz).
— Sangue de Cristo tem poder!
Vale-me Besta Fubana no prisma alado
[da Maria Banga
no eito do Una peiteando ávidas bocas
gosmando lactoses de sêmen carnavalescos.
No estranhangalhado do crido
os resvalos a deliciarem-se só
suspiram amiúde ao malte da matança
fascista, miliciana, belicosa e sanguinária.
Palmares, 17/2/2022
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