NOTURNO DE FEVEREIRO

 

 

Não mais podemos olhar astros quebrados,

abraços dissecados,

céus de olhares cinzas sobre a Terra.

Como choram na solidao as estátuas dos heróis!

E essas pedras que dançam nas águas das lágrimas alheias,

de onde vieram? Onde estavam antes?

Parece que tudo se foi,

parece que nunca virá

a madrugada da aleluia,

nem um vento que arrancará as raizes do pesadelo,

para que dentro da vida

as arvores se retifiquem novamente.

 

Não podem mais avancar assim esses grandes desertos da alma

a lugar nenhum, a oásis nenhum, a estrela nenhuma.

Que retornemos pra lá e mais além

em busca de nossas mãos dadas

e dos nossos sorrisos,

que dão a medida exata

das estrelas  que sonhamos viver.

 

 

 

 

Imagem: Estrela, de Ben Canales

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