cidades imaginárias
alugares meu destino
há lugares traçados
nas cicatrizes da tua estrada.
deve haver estrelas
rabiscando a pele do céu
num outro mundo
de um outro tempo, de outras cores.
a transição que perpetua o momento
transa de partículas quânticas
no limbo dos acontecimentos.
a velocidade da luz
tropeçada num ônibus cadente
o instante do sentir
a eternidade do lembrar.
a velocidade do sonho
escorregado no paralelepípedo molhado
das cidades imaginárias.
a encomenda não chegou ao destinatário
endereço perdido em nove luas.
a noite tateia sem pressa,
desliza trêmula, arrepiada
perdida no gosto do beijo
inebriada pelo cheiro dos corpos.
e na tua rua
amanhece novamente.