Vasos sanguíneos
Quando a cigarra canta
a bola
o ecossistema se espanta
sua existência passa a ser
a pura caricatura
da subversão
sob o sol do pecado: verão
sobre versos: olhos que roem o osso
sub versos: cataratas congeladas
ensaio sobre a cegueira
mais uma bruxa na fogueira
ventosas adesivas
gavinhas
raízes
vasos de espinhos
laços sanguíneos
muro pelado sem trepadeiras
só restam vários buracos
como as peles dos torturados
queimadas por bitucas de cigarros
e o rato morde o próprio rabo,
ou melhor,
vomita a própria carcaça