Zumbis

 

E nas noites de luar intenso, o soturno movimento das sombras,

que se esgueiravam pelos corredores estreitos,

era plenamente perceptível.

Por vezes se cruzavam pelas paredes,

mas era visível que não se tocavam.

 

Quão misteriosa era a vida latente das penumbras,

quanto sombrias se faziam.

Vultos de segredos guardados em baús,

que pela força do tempo, apodreciam.

 

Segredos de paixões não correspondidas,

de sonhos perdidos nos anos...

Lembranças de noites mal dormidas

quando a solidão era o desengano.

 

Os rastros que ficavam no chão

eram fragmentos de histórias,

que foram escritas com lágrimas

e caíam das velhas memórias.

 

Serão os amores eternos? O que nos reserva a sorte?

Amar como loucos na vida, ou sermos apenas sombras... vagando na morte?