Esqueletos de samambaias
As plantas escalam edifícios
serpenteando andaimes
estrangulando andares
Esqueletos de samambaias
fossilizados no azulejo do banheiro
arames de trepadeiras
atravessam fronteiras
fincadas na fina pele dos muros
Ferros são estruturas cobertas
por areia brita cimento
farinha e feijão
O fluxo do concreto
átomos em movimento
carne moída entre enxadas
elevadores escadas
A mão ardida ainda desejando vida
fura os poros da parede
penetra na intimidade dos minérios
e vem uma porta
mais uma janela
algum velho retrato
e quadros de natureza morta