Feridas Atuais em uma Realidade Inexpressiva

Definitivamente tuas lágrimas de ouro

Dissolviam todas as máscaras

Amargavam o paladar e transitavam

Entre os o autos culposos de vinagres ressentidos

Nada é permanente, você é finito

Discutir se a arcada de animais indomesticáveis

Ainda cabem no mistério dos apêndices de elefantes

Ou lâminas de prata serão o artifício capaz de encobrir tudo

A tua demora sugou o cálcio dos meus ossos

Caí como um buquê em braços despretensiosos

Quem viera ao meu socorro desencadeou mazelas em minhas pernas

Como se rezasse um mantra ao meu declínio

O espaço é um compasso,

Me movo por ele com culpa

Eu não encerro sua apresentação

Me dizem que esse é o vigor de meus tormentos

Construí meu amor acima de cores primárias

Com algodão e agulhas descartáveis

Me chamei de teu nome, como se lhe invejasse

Mas era um método para fazer o fio do algodão te esquecer

Teus olhos verdes decompõe

O azul de uma noite persistente

O amarelo do desprezo de toda gente

Girando cirandas, engolindo espinhos

O músculo depõe:

Há certa mentira em fotografias

Elas sempre pervertem a lembrança

Fazendo beleza daquilo que é ínfimo

O infinito se esgota na aventura de Marte

Convencendo o público ao conflito

Toda promessa esfarela na fome

Por mais que se insista o pior está de volta a vida

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 28/09/2023
Reeditado em 30/09/2023
Código do texto: T7896374
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