Para a poesia tudo é possível
Em plena primavera, no jardim
há uma flor a chorar
gotas de orvalho na manhã
plausível.

Que vai aquecendo e então
tórridos os sentimentos
vão evoluindo sem fim
quando chega ao abismo,
eles dançam e rodam em todo
cenário...
ensaiam de roldão...

O pássaro com seu voo
risca de poesia nos céus,
tangencia as nuvens,
esquadrinha a libertação
de almas recolhidas
numa existência temporânea.

Para a poesia tudo é plausível
A chuva, a tempestade,  intempéries
A poesia despe-se despudoradamente
Fica nua no inverno ou no verão.
Não tem vergonha.
Nem sempre cognoscível.
Sentimo-la... mas por vezes,
nos faltam as palavras para descrevê-la

Há a poesia no sustenido.
Há no sofejo engraçado da fonética 
regional ou mundial.
Há no ranger das portas ou em zunido.

Há a poesia encanhada 
no canto da sala 
observando tudo abobada
No sorriso sutil da Mona Lisa.
Ou no riso rasgado do Palhaço Alegria.

Para a poesia tudo é possível.
Tudo é risível.
Tudo é sensível.
Tangível e inefável.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/12/2023
Reeditado em 20/12/2023
Código do texto: T7958333
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