pedinte
invento o mal que distorço,
ausento-me da ausência
sou um pedinte sem abrigo
pedindo a vossa excelência.
mato a fome no bolor,
sou olhado como demente
e na furia enjeitada,
até o cão é mais do que gente.
na solidão que me dói,
na riqueza que engorda,
sou apenas mais um
com o pescoço na corda.
triste, entre gritos,
esperando pela minha vez,
sou o filho da puta
para o capitalista burguês.