[Ato XIV] Labirinto do Bordado

Comprida a linha, marca o caminho.

No ondulado movimento, a ponta

metálica é peixe: com vagar

imerge e emerge mais a frente,

feito pássaro, feito passos

que continuam adiante no tear.

A senda do retrocesso: linha.

Cor, não. A alvura da linha presa

é do alvo tecido, esvai a marca.

O trançado, bem preso, impede

a volta, tenta, e se embola mais.

Teia bem trabalhada de fugida.

Sem escapatória... Fenecido,

o fio fica suspenso da barra.

No meio, o Minotauro aguarda...

(CaosCidade Maravilhosa, 18 de maio de 2007. Este poema pertence ao meu projeto "Marina em Poesia".)