O REPTO

Quem quiser asselvajar o meu olhar;

Terá que descobrir onde eu escondo, meu lado desumano;

Terá que convencer meu ego obscuro, a se auto-estribar;

E cobrir de púrpura, o meu eu leviano!

Quem almeja dilapidar as fronteiras que me dei;

Terá que me apresentar, o que em mim eu ignoro;

E me fazer abandonar, os cuidados que tanto diligenciei;

Terá que me ensinar a desprezar, todo o perdão que até hoje imploro!

Quem pretende distorcer as minhas equalizações;

Precisará me circunlunar, e descobrir a minha lua oculta;

Terá que vestir de clangor, as minhas solidões;

Terá que ludibriar a minha serenidade, com uma proposta estulta!

Quem desejar manter um arsenal, onde eu só guardo flores;

Terá que alimentar o meu olhar, com um pão psicodélico;

Precisará evitar a concretização, dos meus rumores;

Terá que converter meu paraíso, em território bélico!

Muitos já tentaram confundir meus trilhos;

Muitos seduziram meu espelho, a refletir o que não sou;

Tantos me disseram, que sou escravo de meus estilos;

Mas nem a minha metamorfose, até hoje me modificou!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 25/03/2008
Reeditado em 25/07/2008
Código do texto: T916145
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