Lágrimas furtivas

A furtiva lágrima morta

Sem laços ou falas,

Já não reconhece o som do próprio grito

Estendido no infinito do medo,

Atravessa noites dolentes

Dissolvidas no esquecimento,

Uma existência estranha

Onde as águas, montante de lágrimas

Afundam meus passos estrangeiros em mim.

Talvez em algum outono

Nas folhas frias, vestígios da primavera

Meus sonhos acordem e voem pelo caminho mais bonito.

Talvez o mar reconheça

O rosto dos meus sonhos

E não consuma em meio

As ondas fortes que vêm e vão

O espaço de fôlego que me faz existir.

Jane Krist

São Paulo, 25 de março de 2008.