Para Dejanira
Não admita o abandono
No isolamento em frente ao abismo
Nas palavras vazias do mimetismo
Noites frias de chuva e carbono
Na morte descoberta ao acaso
Na face da estátua de pedra
Imperfeito tirano que medra
O anjo irrequieto do descaso
Toque de meretriz no falo
Prazeres comprados
Mentiras vivas dos safados
Nas marcas não visíveis
Lágrimas de outrora
No pó do passado que demora
Artes de Medeias invisíveis
Sobreviva a alma assassina
Quero flores negras
Um adereço nas pelagras
Nos olhos de Hera
A maldita deusa megera
Cores opacas
Mãos nas estacas
Siga na vereda
A mais bela sozinha
No chão o pé que caminha
A inércia a espreita na seda
Batalhas intermináveis
No toque de Dijanira.
DR SMITHY