Para Dejanira

Não admita o abandono

No isolamento em frente ao abismo

Nas palavras vazias do mimetismo

Noites frias de chuva e carbono

Na morte descoberta ao acaso

Na face da estátua de pedra

Imperfeito tirano que medra

O anjo irrequieto do descaso

Toque de meretriz no falo

Prazeres comprados

Mentiras vivas dos safados

Nas marcas não visíveis

Lágrimas de outrora

No pó do passado que demora

Artes de Medeias invisíveis

Sobreviva a alma assassina

Quero flores negras

Um adereço nas pelagras

Nos olhos de Hera

A maldita deusa megera

Cores opacas

Mãos nas estacas

Siga na vereda

A mais bela sozinha

No chão o pé que caminha

A inércia a espreita na seda

Batalhas intermináveis

No toque de Dijanira.

DR SMITHY

Dr Smithy
Enviado por Dr Smithy em 27/03/2008
Código do texto: T918868