[Ato XXI] O Passarinho

Até que um dia, bem na sua cabeça,

Um passarinho fez sua morada.

E lá estava a bater as asas,

Mexia-se e feria cabeça dela.

Mas não podia ouvir uma resposta

E nem reflexo de seus lamentos.

Parou de direcionar ao vento

Todas suas queixas e suas propostas.

Era apenas ela e seu inquilino.

E agora só com ele falava.

Apareceu morta, sufocada,

De alpiste, o nariz entupido.

(CaosCidade Maravilhosa, 17 de agosto de 2007. Criado para meu projeto "Marina em Poesia".)